Liberto
Liberto das correntes aflitivas,
do relógio, do tempo, despojo;
A camisa aberta, à brisa furtiva
me solto do tempo por puro arrojo.
O amor, sereno e sem ciúme,
ciciando palavras ao pé do ouvido,
e o som gostoso, sentido
me livra ainda mais de antigo aziúme.
Hoje, liberto, quero somente
na paz do teu sorriso contente
aspergir meu sorriso contido.
E ao sorrir teu sorriso aberto
corrijo meu compasso a teu passo certo
e reencontro o prazer esquecido.