O AMOR QUE HÁ NA MORTE

Sinto do teu desejo a insanidade

Da emoção embriagadora

Revejo passeios pelo campo

Quando corremos na relva

Entre os arbustos e as flores

Escorregava o coração feito um trem

Desembestado nos trilhos

As luzes do mundo inteiro habitavam em teus olhos

Das estrelas bebiam o cintilar, a cor, mistério e brilho

Dentro do teu corpo os oceanos

Dentro do meu os navegantes

Quão sôfregas tuas mãos

O meu ser era o cais do porto

O teu era o mirante

A chuva cantando dizia

De corpo e alma sois amantes

O vento gélido da noite repetia

Não quero esse aconchego assim

Essa respiração enlouquecida

Demasiadamente forte

Pois sinto em teus braços

O amor que há na morte