Quem sou eu?

Um resto de nada

vagando incerto

pela rua

tentando encontrar,

algo que arranque

essa dor, essa aflição.

Um trapinho de pano

arrancado de um vestido

até bem colorido

que um dia a lama sujou.

Sou fruta podre

jogada no cesto

por engano pelo colhedor

que sua podridão

ainda não viu.

Sou caso perdido,

pássaro ferido,

todo combalido

voando nas asas do vento,

sempre em contramão.

Maria
Enviado por Maria em 11/07/2006
Código do texto: T191665