Na meia lua
Pelas ruas da cidade,
Menino de tão pouca idade,
Cheio de fé e de verdade,
Procurando uma donzela.
Emoldurada na janela,
De fundo sempre uma cortina,
Por trás a mãe, só na surdina,
Ouvindo as minhas mazelas
Na meia lua, a meia noite,
Um violão a meia luz,
Tocava a alma como um açoite,
Nem sempre o desejo é quem conduz.
Ensaiava a melodia, tão quente.
Para cantar na noite fria, contente.
Sempre abaixo da janela, plantado.
Esperando um sorriso, corado.
Quem sabe era essa, a bela.
Que tinha o pai, uma fera.
A estrela da minha vida,, coitado.
Sonhando com um beijo, roubado.
Tanto tempo faz,
Que não sento na meia lua.
Não sinto minha boca na sua.
Saudades da minha pracinha.
OZ - 11.11.2009