Na meia lua

Pelas ruas da cidade,

Menino de tão pouca idade,

Cheio de fé e de verdade,

Procurando uma donzela.

Emoldurada na janela,

De fundo sempre uma cortina,

Por trás a mãe, só na surdina,

Ouvindo as minhas mazelas

Na meia lua, a meia noite,

Um violão a meia luz,

Tocava a alma como um açoite,

Nem sempre o desejo é quem conduz.

Ensaiava a melodia, tão quente.

Para cantar na noite fria, contente.

Sempre abaixo da janela, plantado.

Esperando um sorriso, corado.

Quem sabe era essa, a bela.

Que tinha o pai, uma fera.

A estrela da minha vida,, coitado.

Sonhando com um beijo, roubado.

Tanto tempo faz,

Que não sento na meia lua.

Não sinto minha boca na sua.

Saudades da minha pracinha.

OZ - 11.11.2009

Oscar Zaidem
Enviado por Oscar Zaidem em 10/11/2009
Código do texto: T1915868