Poesia da bêbada na praia (1999)
Na tez escura
Do rato morto na areia
Jaz viva a lembrança
Del dia em que me quieras.
Muitos vieram à baila
Nos meses frios de julho, agosto e setembro:
Necromântica, rolou na areia
a pobre puta, sirigaita.
Com os braços e pernas arqueados, a bêbada
Tremeluziu com o corpo espalmado:
Em troca de água de cheiro,
Ou um litro de cachaça,
Para muito valente deu-se a puta
e a muito marido corneado.
Ali mesmo morreu,
Sozinha na areia da praia,
Aquela a quem ninguém amou, e que nunca teceu,
Da longa lista de amantes,
uma única toalha.
Moribunda jaz na areia
A pobre puta, a sirigaita.
Com os braços e pernas arqueados, a bêbada
Sozinha na areia da praia.