Poesia da bêbada na praia (1999)

Na tez escura

Do rato morto na areia

Jaz viva a lembrança

Del dia em que me quieras.

Muitos vieram à baila

Nos meses frios de julho, agosto e setembro:

Necromântica, rolou na areia

a pobre puta, sirigaita.

Com os braços e pernas arqueados, a bêbada

Tremeluziu com o corpo espalmado:

Em troca de água de cheiro,

Ou um litro de cachaça,

Para muito valente deu-se a puta

e a muito marido corneado.

Ali mesmo morreu,

Sozinha na areia da praia,

Aquela a quem ninguém amou, e que nunca teceu,

Da longa lista de amantes,

uma única toalha.

Moribunda jaz na areia

A pobre puta, a sirigaita.

Com os braços e pernas arqueados, a bêbada

Sozinha na areia da praia.

Leo Marques
Enviado por Leo Marques em 10/11/2009
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T1915426
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