SERGIPANÊS

Aqui neste Recanto

Escrevi um pouco em português

Um pouco em inglês

Um pouquinho em espanhol

Menos em esperanto

Faltou também o sergipanês

Tem até livro publicado

Tese e tudo o mais

Pra demonstrar a gostosura

A belezura

Da fala do sergipano

Ô danado

Seu peste

Moleque safado

Venha, meu bichinho

Não fique brabinho

Que eu quero é te pegar

Ôxente, meu fio

Tu tá é arredio

Pois tu merece é apanhar

Vou te dar uns tapas

Uns tabefes

Pra você se acostumar

Ô menino

Deixe de pose

Vem cá

Te dou um cheiro

Bem no seu cangote

Não seja treiteiro

Deixe de ser faceiro

Que eu conheço sua manha

Você não tem jeito

Trate e andar direito

Com essa cara de tacho

Cozinhando mugunzá

Tá bom de se consertar

Venha cá seu desgramado

Que eu quero é te bater

Eu mando

Você obedece

Trate logo de aprender

Meu fio, você já vem da casa das raparigas?

Seu peste

Cara da bexiga

Pois agora você vai ver o que é uma mulher

Azuretada e atrevida

Te encho a cara de bolacha

E belisco sua barriga

É hoje que tu me paga

Vai ter que trabalhar dobrado

Passar a noite acordado

Tu vai ver o que é tesão

Meto você na panela de pressão

E coloco bem alto o fogo do fogão

E deixo você cozinhando

Até a explosão