RENITENTE
Renitente
Descobri em mim uma ânsia incontida
Do desejo vivo de fincar por esse chão
O singelo rastro dos versos d'uma vida
Sempre bordados do bordô dessa paixão
Não deponho do papel nem da grafite
Nem desisto de andar no meu Ser_tão...
Inda pequeno, mas enorme nele existe
O mundo inteiro, dentro dele o coração.
Enquanto houver um fio de voz um balbucio
Um só pensamento engatinhando na razão
Lá estará marcando o passo sem um desvio
Pequeno verso todo embalado de emoção
Quando eu me for, levo e deixo na memória
Do lusco-fusco: pouco inverno muito verão
No último ato sem mistério dessa história
Ah, darei minha voz ao eterno eco em ovação
Sem pena abrirei minhas asas ao solene vento
Em plágio e carinho ao poeta da linda oração...
Tecerei o último verso na seda do meu sentimento
Cantarei bem devagarinho na rima dessa canção:
"Eu passarinho... os outros passarão!"
Marilú Santana
Recife - 24/06/2006