Duplique
Não peço a vida que se duplique.
Viver de dois, a dois, em dois e com dois.
São papos furados essa besteira de além.
Eu quero a vida e se possível com algum vintém.
A minha fé em Deus e o gozo do vai e vem.
Sentado ou em pé num banco de praça debaixo de chuva olhando a arruaça;
Caminhar na areia e se der encontrar alguma sereia, não precisa ser bela, mas a voz sim;
Quem sabe assim a minha história errante, se torne excitante-
com alguma rima, e uma bela por cima.
Seja só gozo, ou só choro, ou melhor que sejam os dois.
Contanto que seja uma vida cheia de Quês e sem pensar no depois.