LESÕES
Eu queria que a poesia me espancasse
Cobrisse-me de chagas
E me sugasse
O sangue
Em veias e vias largas
Em palanque
Exibisse escoriações
As corporais lesões
E tendo dito
Do dolo o delito
Publicamente me arrasado
De vítima me feito culpado
Com essa lide satisfeita
Curvar-se à minha direita
Farta, morta de cansaço
Vendo-me em bagaço
Sorrindo-me sem asco
Deste meu fiasco
Apoiasse-me em seu braço.
Eu queria que a poesia me espancasse
Cobrisse-me de chagas
E me sugasse
O sangue
Em veias e vias largas
Em palanque
Exibisse escoriações
As corporais lesões
E tendo dito
Do dolo o delito
Publicamente me arrasado
De vítima me feito culpado
Com essa lide satisfeita
Curvar-se à minha direita
Farta, morta de cansaço
Vendo-me em bagaço
Sorrindo-me sem asco
Deste meu fiasco
Apoiasse-me em seu braço.