A tarde tão quente e eu aqui dentro
Dentro de mim, dentro de casa, dentro de nada
Ou fora de tudo aqui dentro, lá fora
Lá fora uma tarde tão quente
As sombras das árvores na calçada
Um calor que sobe da rua e tudo tão frio
Aqui dentro
A sombra de uma sombra, eu mesmo
Sombras que vem e vão à esmo
E ninguém que dobra a esquina
E a bate à porta e entra e fica
Ninguém que durma comigo
Na fresca penumbra desta tarde
Há vento, e suspiros que se somam ao vento
Há tempo ainda de eu dormir
E matar o que me dói com esta tarde
O que me dói aqui dentro
Dentro de casa, dentro de mim
Dentro de nada
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 09/11/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1913026
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