DICOTOMIA
Entre paredes de fome
bate o relógio do acaso
maltratando o coração
dos homens.
Nada é por acaso
neste mundo perfeito,
tudo aqui se paga
até na cabeceira do leito.
O gira mundo, é infinito,
sem pressa, nem roteiro,
no início tudo bonito,
mas tem a hora
do acerto do ponteiro.
Entre paredes de fome
bate a consciência despida
na dicotomia do dia,
descobrindo a ex vida.