Fragmento II
***Das amarguras***
O que ficou do verso esquecido?
O que ficou da sombra perdida?
Da falta de amparo, da despedida
daquilo que está guardado cá dentro?
O que sobrou do desespero?
latente ideia e projeto de mundo...
o que se fez do andar sujimundo?
daquilo que fica no lado de dentro?
O que se fez...o que fica...o que sobra
de tantos espaços vazios, mas tão cheios
tão cheios de dor e desamparo...meios
de castigar-se a si mesmo; cada um por todos
O que se dá da esperança...
que corre no peito a jurar sentença
e da cabeça tonta que pensa
ou procura ao menos organizar-se...
Perde-se o sentido e vem o tédio
anexo à asma e a tuberculose
juntamente com Parkinson e neurose
e um emaranhado ganha vida
O que sobrou da dor só foi amargura
espaços vazios cheios de tédio
o medo, a depressão e os remédios
algo mais se apresenta a lista
O fim...que se apressa a longos passos
do fim outorgado, não requerido
e o embaraço com voz e alarido
morre a sombra e a vida passa
Sensações fragmentadas de cada um