IPÊ AMARELO
Dentre a relva,
ainda queimada pelo frio,
ressurgem os ipês,
magníficos, por toda parte.
Generosos,
atapetam o chão,
com seu ouro em cálices:
- uma tela -
sem assinatura,
que se expõe
sem expectador,
uma pintura.
Uma explosão de cor
que se engalana no tempo certo.
Majestoso,
ele se seculariza numa sucessão
de infindáveis primaveras.
Depois se disfarça,
entre verdes iguais,
para guardar,
mais uma convocação
da mãe natureza.