Divinação.

O segredo, por fim, eis revelado,

A cor e a luz contemplam rude mundo

Exposta a face, o vulto e o grão fecundo;

A dor doma o poeta fatigado.

O Nada feito verbo foi sagrado

Na voz que fez a luz e, sobretudo,

O bem, o mal além do Caos profundo

E tudo quando posto em seus dois lados.

Pois todo ser se mostra em atributos

E tem no arbítrio a foz de todo gesto

Semente nua exposta em flor e fruto,

Espinhos vastos riscam sobre os restos

Quando o Poeta colhe um verso bruto

O mundo fica surdo num protesto.