SOLIDÃO

Taciturnmo e voltado ao seu eu,

meditava o poeta solitário,

fitando as brumas do mar,

que se debatiam freneticamente

contra a murada do cais.

Seu pensamento perdido entre as marés,

que formavam-se de encontro ao vento,

e por entre elas seu pensamento

vagava como nuvens brancas

a refletir a imagem da mulher amada...

O amor que um dia partiu,

não disse adeus, não disse nada,

apenas uma lembrança ficou

de tudo o que o poeta sonhara

em momentos felizes da madrugada.

A vida que tudo lhe proporcionou,

num repente a levou sem deixar um rastro

que identificasse o seu destino,

sobrando apenas as lágrimas sentidas

ao chorar a sua dor, o seu infortúnio...

Ficou a procurar em vão o caminho

que o conduza novamente à felicidade,

mas tantas foram as incertezas

que o lagrimar perdeu-se no tempo

deixando para sempre em seu peito

as marcas cruéis de uma saudade!...

gauchodiniz
Enviado por gauchodiniz em 06/11/2009
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