SOLIDÃO
Taciturnmo e voltado ao seu eu,
meditava o poeta solitário,
fitando as brumas do mar,
que se debatiam freneticamente
contra a murada do cais.
Seu pensamento perdido entre as marés,
que formavam-se de encontro ao vento,
e por entre elas seu pensamento
vagava como nuvens brancas
a refletir a imagem da mulher amada...
O amor que um dia partiu,
não disse adeus, não disse nada,
apenas uma lembrança ficou
de tudo o que o poeta sonhara
em momentos felizes da madrugada.
A vida que tudo lhe proporcionou,
num repente a levou sem deixar um rastro
que identificasse o seu destino,
sobrando apenas as lágrimas sentidas
ao chorar a sua dor, o seu infortúnio...
Ficou a procurar em vão o caminho
que o conduza novamente à felicidade,
mas tantas foram as incertezas
que o lagrimar perdeu-se no tempo
deixando para sempre em seu peito
as marcas cruéis de uma saudade!...