VALSA EM DEZEMBRO

VALSA EM DEZEMBRO

Venho, hoje, com flores

de caminho trilhado:

dia azul

sol

andorinhas no parque

grinalda e véu

festa e brindes.

Pacote com sonhos de beijos,

velas de luz e arco-íris

e , até, hotel.

Ramalhete permanece,

Em seu entremeio de fitas.

Falta de água

e tempo

murcharam apenas rosas,

aguçaram-lhes espinhos.

Avencas & samambaias

Mimosas & cravinas

clareiam dor

de rosa murcha,

em vingança de espinhos.

Versos de Machado

--”trago-te flores, restos do passado

que nos viu passar unidos”--

estremecem o ramo,

simbólico.

Paira sobre flores ,

Samambaias & avencas,

cravinas & mimosas,

brilho de cada passo,

trama & rama,

aurora & ocaso

percorridos,

à luz daquelas flores.

E um-dois-tres...

Um-dois-tres...

Valsa irrompe

E lago antigo

Vem de novo

ligar rosas

em arco-íris

e chafarizes.

E um-dois-tres ...

Um-dois-tres...

Dançamos nós,

Por fontes

Vívidas.

Dezembro,

Luz,

Azul,

Sol,

Andorinhas , na valsa do parque,

Em mágica de palavra não dita,

Acendem, ainda, ramo e fita.

Ilram Rekrem
Enviado por Ilram Rekrem em 06/11/2009
Código do texto: T1908583
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