VALSA EM DEZEMBRO
VALSA EM DEZEMBRO
Venho, hoje, com flores
de caminho trilhado:
dia azul
sol
andorinhas no parque
grinalda e véu
festa e brindes.
Pacote com sonhos de beijos,
velas de luz e arco-íris
e , até, hotel.
Ramalhete permanece,
Em seu entremeio de fitas.
Falta de água
e tempo
murcharam apenas rosas,
aguçaram-lhes espinhos.
Avencas & samambaias
Mimosas & cravinas
clareiam dor
de rosa murcha,
em vingança de espinhos.
Versos de Machado
--”trago-te flores, restos do passado
que nos viu passar unidos”--
estremecem o ramo,
simbólico.
Paira sobre flores ,
Samambaias & avencas,
cravinas & mimosas,
brilho de cada passo,
trama & rama,
aurora & ocaso
percorridos,
à luz daquelas flores.
E um-dois-tres...
Um-dois-tres...
Valsa irrompe
E lago antigo
Vem de novo
ligar rosas
em arco-íris
e chafarizes.
E um-dois-tres ...
Um-dois-tres...
Dançamos nós,
Por fontes
Vívidas.
Dezembro,
Luz,
Azul,
Sol,
Andorinhas , na valsa do parque,
Em mágica de palavra não dita,
Acendem, ainda, ramo e fita.