OLHOS NOS OLHOS...
 
Olho o mar como a um espelho,
Reflete o meu olhar o mar,
Nas vagas que me beijam os pés!
Quero sentir com eles,
O sal das minhas lágrimas,
Que derramei de sol a sol!
Um sal diluído,
Purificado,
Arrependido,
De seus pecados...
Numa forma nova, de ser, menos sal!
Ao mar volto o olhar,
Ás suas vagas,
Á arrebentação...
Como a me lembrar de toda a  força,
Empreendida em minha jornada,
Na busca de não ser tão só!
Os olhos fitam, fixos as lâminas d’água,
Libertos de tristezas e mágoas,
Fitam o mar com calma...
Estou cara a cara comigo,
Mistério de ser homem,
Natureza de forças opostas,
Colocadas frente a frente!
Olho nos olhos o mar que me olha,
O finito fitando o infinito,
Naturezas opostas...
 
EDVALDO ROSA
18/10/2009
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