Sobre a Maldição de Zeus

Por todos os errados

Pelas suicidas apaixonadas

Pela falsidade da primavera

Odeio-vos, ó humanos

Odeio-vos porque precisam amar

Estes espelhos que mentem, pois são sinceros

O calendário marca datas que não são minhas

Odeio esta jaula, por talvez depender dela

Odeio-me por sofrer ao não poder me sacrificar

Eu não deveria chorar a liberdade, mas choro

Nem desdenhar os livres, por falsos que sejam, mas desdenho

Por todo o sorriso livre ser egoísta e sádico é que quero matá-los

Todos os prazeres são sádicos, egoístas, roubados, ou os três

O que ser, ó zeus?

Somos fracos para a liberdade

Somos os ladrões graças à zeus

Ladrões de almas perfeitamente imperfeitas

Ladrões de si mesmos

Ladrões da segurança que não protege

Ladrões, ó céu, ladrões honestos demais

Mas ainda ladrões

Vos sois fracos, ladrões

Vos sois nobres

Salvem a mediocridade do amor

Salvem as loucuras ridículas, mas não as públicas, por favor

Salvem esta raça

Antes que ela salve, infelizmente, a si mesma