[O Louco Não Sou Eu!]

Sim, o louco não sou eu!

Louco é quem tenta,

por todos os modos,

parar o vôo do tempo

sobre a minha cabeça!

Louco é quem manifesta

uma vontade congelante

de ter-me em seu mundo,

sem saber-me a pele,

sem sentir o meu gosto!

O gosto lá não está,

o gosto cá não está —

o gosto existe

apenas no contato

entre o “lá” e o “cá”!

Fora disto — nada;

apenas a loucura virtual

a teimar em me possuir!

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[Penas do Desterro, 26 de abril de 2006]

Caderninho das Cidades Mortas, p. 39

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 05/11/2009
Reeditado em 01/07/2012
Código do texto: T1905831
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