[O Louco Não Sou Eu!]
Sim, o louco não sou eu!
Louco é quem tenta,
por todos os modos,
parar o vôo do tempo
sobre a minha cabeça!
Louco é quem manifesta
uma vontade congelante
de ter-me em seu mundo,
sem saber-me a pele,
sem sentir o meu gosto!
O gosto lá não está,
o gosto cá não está —
o gosto existe
apenas no contato
entre o “lá” e o “cá”!
Fora disto — nada;
apenas a loucura virtual
a teimar em me possuir!
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[Penas do Desterro, 26 de abril de 2006]
Caderninho das Cidades Mortas, p. 39