[O Pasto Seco da Vontade]

Rareia-se o verde das perguntas,

e as respostas, se chegam,

não acham endereço em mim.

Cada vez mais, sinto-me

afundando num reles viver —

o meu mundo se afunda!

Mas o que fazer se o mundo,

ah, o mundo é apenas o pasto

seco da minha débil vontade?

Atrelo a minha vontade

à velha carroça da desilusão,

e levo-a passear pelas ruas,

pelas praças ermas,

pelos bares da noite,

pelas estradas solitárias...

É só assim que vou pondo sobre

o mundo o peso da minha fragilidade.

[... Se eu quero viver? Não sei...]

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[Penas do Desterro, 30 de maio de 2006]

Caderninho das Cidades Mortas, p. 46

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 04/11/2009
Reeditado em 01/07/2012
Código do texto: T1904971
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