[Essa Vida Insulsa...]

Quando a manhã chegar,

minha querida [agora e depois],

quero que saibas — talvez eu seja:

a equação errada;

o alvo perdido

[feliz ou infelizmente?];

a bala não disparada;

aquele teu sonho antigo

do amante tão esperado!

Amanhã — mas só amanhã —,

serei o distante de sempre,

serás a distante de sempre;

seremos ausentes dos olhos...

Porém, neste instante,

esquece de ti em, mim,

esqueço de mim, em ti —,

vamos apenas nos amar,

e com todos os fetiches!

Amanhã — mas só amanhã —,

o bom siso inexoravelmente

nos guiará de volta à perdição

na insulsa habitualidade da vida!

_____________

[Penas do Desterro, 26 de abril de 2006]

Caderninho das Cidades Mortas, p. 43

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 04/11/2009
Reeditado em 01/07/2012
Código do texto: T1904567
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.