LÁGRIMA

LÁGRIMA

Eduardo B. Penteado

Teus olhos inundam meu pensamento

No silêncio tardio de todas as noites,

De uma saudade nova e sinfônica

Tão recente quanto indecente

Grandiosa, phylarmonica

Sem similar nem precedente

Confesso, ardente

Todas as coisas que ainda não fizemos

Todas as palavras que ainda não dissemos

Aumentam ainda mais

A saudade do que ainda não houve

E se concentram numa lágrima azul

Sim, azul

Um resumo de tudo o que penso

Uma sinopse de tudo o que sinto

Uma lágrima que nasce no canto de meus olhos

Um canto azul de uma cantiga triste

Que insiste

Insiste em ameaçar-me com a sombra do proibido

Mas eu sei

Não há proibido dentro de mim

Por mais que eu tente me repreender

Por mais que eu tente entender

Por mais que eu tente me esconder, não consigo

É tudo óbvio demais,

Ana.

Eduardo Barcellos Penteado
Enviado por Eduardo Barcellos Penteado em 04/11/2009
Código do texto: T1903971
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