Última valsa

Percebi que nasci somente para te amar

Que ao teu lado encontraria a felicidade

Quando te vi pela primeira vez ao luar

Ouvindo a triste valsa entendi a verdade

Que na dança da vida você era o meu par

Vi em teus olhos, esses sublimes brilhantes,

Magníficas jóias que eu jamais iria tocar,

Que minha vida jamais seria com dantes

De te conhecer e tu passar a me encantar

Ao longe derramei-te olhares constantes

Meus pés inquietos pensando em avançar

Em minha mente até parecia ser possível

Que minhas rudes mãos pudessem te tocar

Sem que teu olhar me tirasse a vida sofrível

Mas fiquei ali, parado, somente a admirar

Minha alma estava embevecida na imagem

Até que vi outro homem de ti se aproximar

Logo imaginei que era tudo uma miragem

Ele pegou no teu braço te tirou para dançar

Perdi ali mesmo a sede de viver e a coragem

Senti imediatamente meu mundo desmoronar

E arrebentar de tanta dor meu pobre coração

No meu peito um grito que tentava sufocar

Parecia que iria enlouquecer e perder a razão

Quando no meio da dança eu o vi te beijar

Depois a vi partir, sem poder sequer te falar,

Que desde o dia que te vi pela primeira vez

Senti a minha’lma sofrer de se despedaçar

Nela ficou gravada para sempre tua bela tez

O amor da minha vida ali eu deixei escapar

Vida vã se faltou-me ânimo de pelejar por ti

Para que ser homem sem coragem para lutar

Pelo amor que me abalou quando te conheci

Hoje sobrevivo com a convicção de encontrar

Essa mulher que é tudo que almejei, mas perdi

Se um dia chegar a ter meu desejo realizado

Não haverá força suficiente que possa evitar

Que eu a leve comigo para viver ao meu lado

E que a carregue nos braços para confessar:

Meu coração é teu e só por ti foi conquistado,

Só desejo morrer aqui mesmo sob a lua a te amar.

Brasília-DF, 06 de novembro de 2009.