DESABAFO DE AMOR!
Não, eu não preciso que me amem...
seria pedir muito, por demais,
neste mundo tão fugaz,
careço apenas que admirem.
Tratem-me com respeito,
no carinho bastam palavras,
pequenos gestos, atitudes sensatas,
por tudo o que representei ou represento.
No passado, se não fui, eu me achei amado
e me bastaram os amores do meu caminho...
e se reviro esse passado, aqui sozinho,
basta-me, bastaram-me tantos carinhos.
Não, nem peço mais!...
Não embeveço mais pelo físico,
hoje magro até pareço tísico, e vou,
eu quero um bem querer platônico
admiração e respeito pelo que fui e sou,
já não importam lados fisionômicos...
com todo o meu sofrer, sou cômico!
Pois, que admirem meu jeito folclórico,
lúdico, psicológico ser "apalhaçado"
que sempre carregou consigo,
não um "ser irrequieto"
(que não pára no lugar),
um ser "atrapalhado"
de como eu fui ou fico, quando me estico
nos colchões e nos lençóis retalhados...
Já não tenho muito o que dar ao mundo
a não ser a experiência pra passar, vez profunda
das alegrias, dores, tristezas de um viver fecundo
na vida, no lar, no palco, nas páginas dos livros,
hoje, só "virtualmente", encontro o ombro amigo!
Embora, a cada dia, mais morto do que vivo!!!
Quero respeito, quero crença no que creio,
basta, de trajetórias plenas de receios!!!
Apesar de tudo tenho um peito aberto,
um coração decerto, deserto, mas esperto
pra doar carinho, emoções sem devaneios
e cabeça a controlar minhas ânsias calmas
soma somatizada de um ser cheio de trauma,
mas incandescentemente alma
pautada nos recantos das poesias
quero, enfim, mas sem dilemas
tornar meu amor a cada dia
um "vendaval" de recital poemas
pra transmitir ao mundo essa alegria!
Nos ciclos das estações, meu vínculo!
Se me remoço, floreio-me qual primavera...
se envelheço, me inverno no ridículo,
frutificando os outonos do meu viço
a aquecer verões na minha esfera
que misturam terra, água, fogo e ar...
Por favor, desta vez e para sempre,
se quiser encarar. antes de me maltratar,
pense em tudo isso!