A Vindima e o Mediterrâneo (maio de 2005)

Eu balbuciava em sonho “Senhora

Irão esses ossos

viver?” _ E caminhava em sonho

caminhava _ eu te abraçava, eu beijava, cuidava

na abertura perene do teu pudor assentada

a um pouco meu _

ao teu lado desabei completamente

sobre tuas pernas e bendisse a tua mãe _ e depois

foram os teus ossos arredondados encantadores

foram as tuas varizes azuis

as tuas pernas magras algo familiares

os meus ossos _ reluzindo na manhã de areia de sol sob um sol ameno

vencido, a verdade

trepidava e eu não soava palavra ditosa

eu te amo, nunca _ mas acariciava costas, os dedos da mão, o nariz,

o cabelo

e entoava silenciosamente como mantra “rosa da memória rosa do esquecimento rosa da

memória...”

eu meu corpo convulsionava

eu caí sobre a sua presença totalmente partido,

durante horas segurava a tua mão branca

caminhava o sol então você coragem

cedeu-me firme-pronto a outra mão _ depois e

você foi por um copo d'água ou loucura

“porque eu não desejo retornar por que eu não desejo por que eu não desejo...”.

Leo Marques
Enviado por Leo Marques em 03/11/2009
Código do texto: T1902257
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