Passarela

Na chuva fina que cai

Banhando o asfalto espesso,

Sou um transeunte perdido

À cata de abrigo.

Tráfego embaraçado,

Gente desvairada que corre

Em sentidos diversos

Em busca de agasalho.

Silhuetas apreensivas

Carregando inquietudes,

Desfilam ao relento

Da passarela orvalhada.

Sinto-me também cismático,

Impossibilitado de abranger-lhes as dúvidas

Que em meu oculto juízo repousam.

Recolhido em minha observação,

Deixo as horas escoarem-se...

Finalmente percebo ser aquilo

Um retrato descritivo de todos os dias...

Sigo caminho e concluo

Que as ideias envoltas em minha imaginação

Representam uma comoção perfídica,

Enquanto meu espírito experimenta uma segnícia!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 03/11/2009
Código do texto: T1901912
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