Passarela
Na chuva fina que cai
Banhando o asfalto espesso,
Sou um transeunte perdido
À cata de abrigo.
Tráfego embaraçado,
Gente desvairada que corre
Em sentidos diversos
Em busca de agasalho.
Silhuetas apreensivas
Carregando inquietudes,
Desfilam ao relento
Da passarela orvalhada.
Sinto-me também cismático,
Impossibilitado de abranger-lhes as dúvidas
Que em meu oculto juízo repousam.
Recolhido em minha observação,
Deixo as horas escoarem-se...
Finalmente percebo ser aquilo
Um retrato descritivo de todos os dias...
Sigo caminho e concluo
Que as ideias envoltas em minha imaginação
Representam uma comoção perfídica,
Enquanto meu espírito experimenta uma segnícia!