Nunca mais...
Não sei se direi nunca mais...
Não sei se voltarei a amar assim
Não sei se entre os canaviais
existe um canto onde te lembres de mim...
Não sei se a vida é justa ou errante
não sei se amores destes têm segredo
não sei se a tua boca é minha amante
nem sei se também dela tenho medo...
Sei que nada me afasta da lembrança
o teu toque, os beijos e os olhares
sei que contigo sou uma criança
que doa a alma para brincares...
Sei tanta coisa que pouco sei
nem quero saber para além da ilusão!
Se esta se perder, é porque errei
ao deixar-me guiar pela emoção...
Não sei de onde trazes os seios
nem imagino de onde te chegam as mãos
sei que montaste os arreios
no potro que galopa no meu coração...
Por vezes da lua tens ares
brilhando com luz roubada
iluminando ruas e bares
com essa mancha prateada...
Não é tua mas dás-lhe graça
não é tua mas dás-lhe fulgor
és como uma brisa que passa
para mitigar o meu calor...
Tens da lua a soberania
tens dela a altura e o porte
como ela sofres ao romper do dia
pois com ele chega a tua morte!
Nunca mais a olharei
com olhos de indiferença
pois de ti me lembrarei
logo que a veja à nascença...
Tu e a lua são intocáveis
longínquas, lindas e perfeitas
tal como as vontades incontáveis
de quem errado escreve em linhas direitas...
Nunca mais algo assim se escreverá
pois a vida não vos fez em duplicado
nunca mais a luz da lua morrerá
nem eu...Apenas por te ter amado!