CANIBAL

Minha carne foi o prato

Que comeste quente e crua

Carne que não era tua

O teu crime é abigeato.

Já que presa estás agora

E o alimento te escasseia

Come o resto em tua ceia,

Mas não jogues nada fora.

Antes come o que apetece,

Na próxima refeição

Só preserva o coração

Que de amor tanto carece.

Jamais penses na soltura

O teu crime é sem fiança

Teu corpo, única herança

Pra minha vida futura.

E se a lei mudar um dia

Extinguindo o abigeato

Se eu não for mais o teu prato

Serás presa da poesia.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 02/11/2009
Reeditado em 05/11/2009
Código do texto: T1900812