Vero (junho de 2005)
Feio, que há os dentes todos
e dos braços nariz e bocas
este o universo do poema: pessoas,
o universo de um poema em gente,
da arte o Davi ou
Retrato de Lunja Czechowska de Modigliani
que eu vi em um catálogo
não tem qualquer parentesco e também não importa, são feio
o humano, forma e disparidade: ausência
um poema tem dois lados
mas à luz da verdade é o feio,
universalmente
o Reinaldo e a Gisele não têm qualquer parentesco, porém são arte em dualidade,
são poema que são gesto, nariz e bocas: mas, mais bonito é toque
o amor, o amor tem-se na ambiguidade
gente em gênio, anjo; na presença ou conformidade _
para essa dualidade há a distância
foge a palavra _ mas há o tu,
o sucinto no amor assim como na vida,
amor ao abstrato é desafeto,
amo-te no seu movimento, poema
o gesto que deflora-te e aflora a mim plenus: versos seus;
toque-me com ilusão, por favor
o universo de um poema é tu.