SE

Se a vida fosse mansa e lenta como o rio,

Se as pessoas fossem felizes como os passarinhos,

Não haveria ódio, nem inveja, nem fome, nem frio,

Não haveria o desamor neste mundo de redemoinhos.

Se a vida fosse clara, nua, como a lua exposta,

Não haveria mentira, nem traições, nem desespero e choradeira,

Não haveria tantas perguntas sem resposta,

Não haveria o resmungar trêmulo da benzedeira.

Se a vida fosse alegre como a cabeça do jovem,

Se as pessoas deixassem de lado o medo de viver,

Não haveria clamores, saudades, sombras que movem,

Não haveria tanto se, pois a vida é um pertencer.

Se todos fossem humildes como os olhos dos animais,

Se as pessoas fossem sinceras em cada frase dita,

Não haveria cobiça nos corações de homens tais

Não haveria a frase tão ouvida: oh, vida maldita!

Se a vida fosse rica de glória espalhando a sorte,

Se as pessoas deixassem de lado o mundo material,

Não haveria o pavor de se entregar um dia a morte,

Não haveria temor por uma troca tão natural.

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 01/11/2009
Código do texto: T1899637