De-lírio (de um pervertido)

E lá vem ela
Nem menina, nem mulher
Cheia de graça e ternura
  
Clara pele, andar esguio, jeito felino
Pequenas esmeraldas reluzentes,
Que desatino!
 
No cabelo, um lírio
Nas garras, vermelho-carmim
Hálito de anjo
Atiça, encanta
E de mim, só faz rir
 
Como pode tal formosura
Engendrar libidos
Até então adormecidos...
 
De desejo, a consciência sucumbiu
Somente falo.
De resto, estou paralisado
 
Que maneira mais sutil de traduzi-la
Que vergonha!