Pirilampos

Na noite azul pirilampos rasgam a madrugada úmida

As estrelas bailam uma cantiga

Arvores parecem rebuscadas de sonhos e magias

O vento sopra o concreto das construções

e assovia nas frestas das janelas descompostas

um ar gélido toca a lua e a faz ficar tétrica

Seres noturnos cortam o céu

som de asas estremecem as comunheiras da noite

A caça corre para o abismo

O tempo escorre

é escasso O tempo é o instante das horas

As arvores dormem nos silêncio de seus pensamentos

Preocupadas com o amanhã

Que vira pelas mãos dos homens

Na noite azul de pirilampos

á iluminar as trevas do viajante Perdido

Entre florestas de prédios e viadutos corroídos

Contaminados pelo enxofre das chaminés

Pelo acido epidêmico dos rios sólidos

Pela transformação anímico da esperança

Busca o que antes fora natural no momento divide o espaço

Com jatos turbinados de tecnologia e velocidade ultrajante 

Pousam em rastros de petróleo e solo impermeável

Na noite de pirilampos que desenha com fachos de luz

Os caminhos entre as estrelas e os olhos da criança

Deitada no colo ouve a melodia

E uma nevoa cobre – a de sonhos

E o menino dorme

Um dia na noite azul sem pirilampos

Povos sonharam e contarão historias de uma luz fluorescente

Sobre um ser que iluminava as florestas

Aquecia os corações das crianças

e preenchia as lacunas No horizonte plano

O Homem se esconde no deserto

Luiz D Sales

Luiz D Salles
Enviado por Luiz D Salles em 31/10/2009
Reeditado em 25/11/2012
Código do texto: T1898344
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