Antes do amanhecer.
Os espaços do infinito me apavora.
Blaise Pascal.
O vago alcança o fundo, tudo é vazio;
Assombra a borda e o baldio, um mundo opaco;
Um caco frágil reflete no fraco,
E a luz sem alma ofusca sem desvario.
O verso cala em pausa, o verbo tardio;
Reclama e cobra causa um tom sem marco
O tema vão deforma e forma um arco
O mar entorna imerso, incerto e sombrio.
A dor vaga no vazio e se resolve
No nada sobre nada que revolve
O tédio sem remédio se perdeu
Procura noutro rumo sem que esteja
Na dor sem paz que faz a cor e seja
O nada se refaz e nada é Deus.