Água antiga
A lua desliza pelos ciprestes,
e os grilos e as cigarras já se levantaram.
A borboleta desenha o caminho
das pétalas veludas
que leva a barca das gaivotas.
O riacho cheio de pérolas e ametitas
murmura entre jasmins e vaga-lumes.
O vento carregado de distâcia
perfuma a mistácea do papagaio.
A nuvem alta espia a flor na trepadeira
e a água antiga, água da fonte,
prende o tempo na melancolia das corujas.