Brasília no poema
Como emoldurar Brasília
no poema
brasília brasília
de alvoradas e solidões monumentais
se brasília mesmo na posse de sua imobilidade
se movimenta
ágil como a água
volúvel como
o éter
e me escapa
brasília!
cidade que penetra em meus sonhos
com a perícia calculada de quem
atravessa superquadras
brasília
doce menina
dos meus olhos
de ipês risonhos
frias madrugadas
de galhos retorcidos onde trabalham cigarras compenetradas
tão funcionárias, à serviço da Nação...
Excelentíssima Sra. Brasilia,
como emoldurar-te no poema
como ladrilhar tuas ruas
se tu não tem ruas
se tu não és minha,
ó Brasília, nem de ninguém?
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