Brasília no poema

Como emoldurar Brasília

no poema

brasília brasília

de alvoradas e solidões monumentais

se brasília mesmo na posse de sua imobilidade

se movimenta

ágil como a água

volúvel como

o éter

e me escapa

brasília!

cidade que penetra em meus sonhos

com a perícia calculada de quem

atravessa superquadras

brasília

doce menina

dos meus olhos

de ipês risonhos

frias madrugadas

de galhos retorcidos onde trabalham cigarras compenetradas

tão funcionárias, à serviço da Nação...

Excelentíssima Sra. Brasilia,

como emoldurar-te no poema

como ladrilhar tuas ruas

se tu não tem ruas

se tu não és minha,

ó Brasília, nem de ninguém?

***

Alex Canuto de Melo
Enviado por Alex Canuto de Melo em 30/10/2009
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T1896675
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