Dai-me descanso
Sinto um vazio no intelecto
que hoje é chão mas já foi tecto
Já se varreu do meu sentido a inspiração
Tudo o que escrevo já não flui é obrigação
São só lampejos de muitos versos
feitos com a ternura da pena da emoção
Se eu voltar, é porque a concha onde me encerro
teimou abrir-se para procurar em outros mares
de águas mornas e profundas, algas que a cubram
onde não escutem o gemido do meu pranto
Por piedade, peço por Deus, dai-me descanso!