TEU TORMENTO
Sou o louco poeta da noite
O pensador das horas tardias
Uso minhas palavras tal açoite
Sou o artista das praças vazias
Impossível calar minha voz
Inútil tapar os ouvidos
Sou da tua infâmia o algoz
Alimento-me dos teus gemidos
Erga-se e venere o argumento
Escarrado, vomitado e cuspido
Beije os pés do teu tormento
Construído na senzala e sofrido