não espera

vem

não espera

que mais um dia saia

mais uma a noite caia

não deixa a vontade passar

não espera

que o tempo melhore

que eu tolo

de joelhos implore

ou que um dia quem sabe

de tanta saudade

eu deixe de te amar

vem

não espera

que flores e quimeras

me cubram por inteiro

com ares gentis de primavera

ou que um sol derradeiro

me arda farto

pela janela do quarto

no intenso calor do verão

que folhas vadias

caiam pelo chão

despojadas

carregadas a revelia

pelos ventos mansos do outono

que a neve do abandono

cubra todo meu peito

no frio intenso e rarefeito

da palidez do inverno

vem

corre!

vem me acordar desse sono

vem me tirar desse inferno

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 29/10/2009
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