A Lua

"À noite acordo, na aurora me deito:

Brilho teu caminho, mas não mostro

A direção, sou apenas a luminosidade

De que tanto precisas quando atravessas

Varzes e chapadões do bucólico sertão.

Sou, na imaginação simples do poeta,

A doce inspiração da santa e lírica poesia,

Que navegando nas palavras desbrava

A imensidão de teu ser e tenta descobrir

O que no infinito desse chão não pode ver

Inspiro saudade deixando corações em pedaços

Confesso que não é culpa minha, por mais

Que faço, por mais seguidores que tenho prefiro

Andar sozinha e ter apenas como vizinha a

Estrela Dalva que jamais cruza meu caminho.

Na música me cantam e me encantam, mas não

Posso ver, ouvir ou sentir, sou apenas um satélite,

Um astro maior nas alturas, não sou verdade ou mentira

E tu não sabes da maior, querem construir dentro

De mim suntuosas habitações, castelos e barracões.

O humano, em mim, quer encontrar água, petróleo

E florestas, tirar o que ainda me resta da ilusão para

Fazer o poeta sôfrego andar com os pés no chão, se

Eu pudesse uma iconigna para sempre eu continuaria

Revitalizando emoções, inspirando poetas em seuas canções."

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 07/07/2006
Reeditado em 11/12/2006
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