A Lua
"À noite acordo, na aurora me deito:
Brilho teu caminho, mas não mostro
A direção, sou apenas a luminosidade
De que tanto precisas quando atravessas
Varzes e chapadões do bucólico sertão.
Sou, na imaginação simples do poeta,
A doce inspiração da santa e lírica poesia,
Que navegando nas palavras desbrava
A imensidão de teu ser e tenta descobrir
O que no infinito desse chão não pode ver
Inspiro saudade deixando corações em pedaços
Confesso que não é culpa minha, por mais
Que faço, por mais seguidores que tenho prefiro
Andar sozinha e ter apenas como vizinha a
Estrela Dalva que jamais cruza meu caminho.
Na música me cantam e me encantam, mas não
Posso ver, ouvir ou sentir, sou apenas um satélite,
Um astro maior nas alturas, não sou verdade ou mentira
E tu não sabes da maior, querem construir dentro
De mim suntuosas habitações, castelos e barracões.
O humano, em mim, quer encontrar água, petróleo
E florestas, tirar o que ainda me resta da ilusão para
Fazer o poeta sôfrego andar com os pés no chão, se
Eu pudesse uma iconigna para sempre eu continuaria
Revitalizando emoções, inspirando poetas em seuas canções."