PONTO A PONTO


Nos campos desertos do sono
horas entorpecidas vão desfiando
ilusões vestidas de abandono...

Lembranças ataviam sonhos,
olhar rendido em clausura
traça linha ilusória num adiante,
onde a noite é fria e escura!

Um entrelace de saudades partidas
ungindo o contraponto do tempo,
bailam ventos de despedidas...

Banham um corpo sem eiras e beiras
lágrimas em corredeiras constantes,
pensamentos em desertos-poeiras
não avistam os vitrais distantes!

Em cada aurora-vida perdida
o silêncio do momento aquieta
emoções, ponto a ponto vencidas
no turbilhão da alma inquieta.

Pois sendo luz, não aceita o fim da estesia
que consigo traz triste afonia
e cala a voz enternecida do poeta!



13/02/2008



Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 28/10/2009
Código do texto: T1891409