A Irrelevância e o Tempo

A névoa que encobre

A escuridão da noite

A fumaça que exala

Meu cigarro de prazer

São fatos irrelevantes

Cotidiano de meu ser

Como a irrelevância julga

Todo fato simples ou complexo

São apenas frutos

De um julgamento convexo

Como o cachorro que anda pela rua

Ou o mendigo que lhe pede uns trocados

E que, sem perceber se julga

Tudo que está ao seu lado

E que, em completa apatia

Apenas não observa e segue em frente

E julgando sem notar

Não olha

Apenas caminha

E mais um cigarro acende

São fatos comuns

Que nada significam

Para muita gente

Eu apenas observo

Cada mísero detalhe

Da sociedade decadente

E digo que

A irrelevância é relativa

Ao ser que observa

E evita o julgamento

Pois esta mesma

Tem muito a mostrar

Para aqueles que não julgam

E se interessam em observar

A irrelevância é apenas uma venda

Que limita a realidade do vendado

È apenas uma prisão

Que diminui o ser

E o transforma em apenas

Um simples obstinado

A maior inspiração

Pode ser despertada

Pela simples irrelevância

A maior conclusão

Pode ser encontrada

Nessa simples irrelutância

Mas o mundo vive depressa

Depressa demais

E o tempo escraviza o ser

Com obrigações tão diversas

Que este

Esquece de ser

Apenas corre contra os ponteiros

Apático, mecanizado

E que mais parece máquina

Do que criatura

E que não tem nem sequer

Um sonho realizado

Não vive, existe

Não caminha, corre

Não observa, não vê

Não é nada mais que

Uma lataria

Cheia de engrenagens

Que nada sente, nada crê

O julgamento de irrelevância

Às vezes não passa de ignorância

E o único exemplo que te dou

São esses versos infames

Que a suposta irrelevância inspirou

Ironic
Enviado por Ironic em 26/10/2009
Código do texto: T1888480
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