Morte Que Não Sentimos
Nós, aqui, meros humanos
condenados a vestir os panos,
os trapos sociais, vis imposições
limitadas por nossas ações,
pelo que absorvemos do sistema,
pela adaptabilidade ao dilema
sério como "põe trema", "tira trema".
Nós aqui, meros bonecóides,
inaptos, incapazes, segundo os "freuds"
formados nos cursos dominicais,
que nos dizem: - é assim que se é!
E seguimos assim, catatônicos,
nossos caminhos descalços à lida.
Sobre as cabeças, dromocraticamente,
passam os jatos supersônicos,
que nos matam a cada partida...
gentilmente... tão gentilmente,
que nossa morte nem é sentida.