Ouve-se música ao fundo
E tantos sussurros de sabedoria
Enquanto a noite interpreta o seu ato
Um show à parte que ninguém vê
De ser triste e fria, vazia, solitária
A festa e a embriaguez andam juntas
Trançando as pernas e as idéias
Os sentimentos sobre o presente
E sem futuro é tanto passado
Tanto passado voltando sem eu querer
E eu quero apenas ser feliz, e morrer
Em paz, ninguém perguntou da minha paz
Quero amar só o que posso ter
Que é um desistir de querer
E querer só o que posso pegar
Que é uma recusa de lutar
E pegar só que posso ver
Que é desistir de pensar
Não posso ver o que penso que posso ter
Eu tenho a morte me espreitando nas sombras
O fim aguardando na próxima estação
Vou descer
Essa vida não me pertence
Vou morrer
Esses momentos não me alcançam
Vou desistir na hora certa
Tudo acabou no tempo
Menos essa música ao fundo
E os sussurros
A sabedoria embriagada
E o show da noite fria e triste
E solitária e vazia
Só não acabou a embriaguez
Trançando as pernas
E as idéias
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 26/10/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1887100
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