Hodierno ou Histrião...

No mundo globalizado

A moral ficou de lado

O que antes era errado

Agora está banalizado

Impera a violência

Vergonha é a decência

Vive-se na demência

Fruto da incoerência

Nada mais tem valor

No coração só rancor

Pelas ruas o terror

Seja no lugar que for

O egoísmo hoje impera

Ergueu imensa cratera

Entre nós uma quimera

É pintar a bela aquarela

Onde a vida recomeça

O mundo todo em festa

Esperança ainda resta

No ar paira a promessa

Do homem renascido

Pela terra desprovido

E pelo mar esquecido

O clamor enfim ouvido

Inda pode haver remissão

Basta implorar o perdão

Abandonar a destruição

Respeitar ao seu irmão

A Natureza tudo perdoa

A terra outra vez povoa

No mar lança tua canoa

Pelo ar a harmonia ecoa

Manter-se conscientizado

Caminhando lado a lado

Nunca mais ser o culpado

Ou pela vida desprezado

Cultivando a boa semente

Da verdade estando ciente

Não retornar a ficar doente

Poder voltar a ser “gente”

Basta fazer-se a opção!

Entre manter-se o mandrião

Ser hodierno e sem noção?

Continuar sendo um histrião

Ou viver em comunhão.

Brasília-DF, 25 de outubro de 2009.