Nuvens
Ao acordar lembrarei das nuvens
Que passaram ontem.
E procurarei insanamente o teu rosto
Na multidão vazio que me consumirá.
E antes que enlouqueça
Partirei no infinito
Sem gritos, sem dor.
Andarei de mãos dadas
Aos nossos desejos
Infames, hoje eu vejo.
Mas não terei para onde ir
Eles nos pertencem
E seguido e teu cheiro
Embriagar-me-ei
Em delírios e luxurias
Para esquecer teu gosto
Mas sempre estarás nas nuvens
Protegendo-me do esquecimento