Morfina

E quem diria que a vida seria regida pela Morfina?

Época cretina. Horrores na surdina.

Dizem-me: calma . . . não desanima,

É tão fácil . . . tudo se encaminha . . .

Resta-me um pouco de mão e esse papel;

Talvez o gosto do último coquetel.

Porres distantes. Relembro por instantes.

Amores plenos, abundantes.Repugnantes?

O sol de Platão já não se me destina.

Vultos, vulgos é só o que se me descortina.

Mas calma . . . tudo se encaminha . . .

Tome a Morfina, alivie a sua dor . . .