A jovem poetisa, Alessa B

Creio que tu, ó poetisa, bela e inda menina

Cumpriu, vencendo a atroz morte, tua sina

Dos penhascos abismais perdeste o medo

E guardas no dom dos versos teu segredo

Vagaste, por ancestrais terras, tristonha guia

No Hades, das contritas almas, foste buscar

O belo dom que mesmo em ti já muito havia

De palavras em sombrios versos transmutar

Após, voltaste ao convívio dos reles mortais

Para compor teus sonetos, belos e colossais

Intrépida poetisa de ti espero somente ainda

Ler todos esses poemas com que nos brinda

Quiça agindo assim seja tocado por tua luz

Encontrando o caminho a que só tu conduz

Se tiver que também despir da abjeta crosta

Dessa matéria que pela existência é imposta

O farei sem mesmo vacilar a descomponho

Enfrentarei até a cérbelo esse ser medonho

Que impede a saída, que a ti não foi negada,

Das almas as suas duras penas condenadas

Abandono meu corpo aos mesmos vermes

Eles que banqueteiem-se na minha derme

Procuro essa mesma inspiração com ânsia

A qual junto da tua alma sei que descansa

Por tudo isso, humildemente é que te peço

Aceites essa homenagem nos meus versos

E sequer almejo contemplar a tua epifania,

Pois sei, com isso imediatamente morreria.

Brasília-DF, 25 de outubro de 2009.

Ao ler uma poesia dessa jovem e talentosa menina, que assina seus textos como Alessa B, não pude resistir a vontade de reler várias vezes. Depois de comprovar seu raro talento fui tocado pelo desejo de a homenagear e, por isso, escrevi esses versos. Espero que ela leia e não fique zangada com tão insignificante homenagem ao seu incomensurável talento.