Sorvete de Nata!
Teatro das sombras, feito trepada no sofá,
Orvalho criando ilusões no vidro sujo,
Espectro de luz para tantas cores mutantes,
Anuros encolhidos, a estúpida poça sumiu...
Cavalgada das Valkírias, o Passo de Peleponeso,
Trombetas assírias revigoradas na Marúsia,
Tecos & ticos, palitos incandescentes no ar,
Na vazante da foz parte a nau do pirata,
Entupidas vaginas por total excesso de gozo,
Aromas dos infernos subindo pelos canos,
Achatadas as cabeças nos cascos do Centauro,
Ligação interrompida pelas címbalos do ocaso,
Marionetes na mão do fisco, entulhos na lata,
Sobras de cinza do vulcão sobre o mar...
Aceso o cigarro, peito clamando beijos,
A mão que toca o seio, pudica & malfeitora,
Outra gárgula chora no muro das lamentações
Apito evadiu-se no desvio do nexo, versos,
Ligeira rapsódia para ouvidos irreais,
Alguém chamou de longe por falta de atenção,
Lamente amanhã, hoje está muito frio!
Peixão89