Eu existo. Capítulo 1.
Serei eu uma causa perdida?
Estarei eu destinado ao esquecimento?
Minha existência é considerada uma vida?
Estou eu isento de sentimentos?
Não, não pode ser.
Não estou vazio, eu sei.
A linha pode estar fraca, mas existe.
Em que mais posso crer?
A cicatriz permanece de quanto me queimei.
Porém um dia hei de me curar, meu coração insiste.
Num futuro distante, num passado próximo
Por um mero instante, por um tratamento tóxico.
Estarei livre.
O que me prende?
Quem me entende?
Não serei eu mesmo me agarrando a um sentimento passado?
Não serão os resquícios de um livro rasgado?
Uma história ainda a ser contada,
Duas pessoas aparentemente destinadas,
Três lágrimas sofridamente derramadas,
Quatro metades de corações eternamente separadas.
Ainda não tenho coragem de cobrir a ferida,
pois o que sobrará após curada e esquecida?
Um dia irei me abrir
Em tempos que estão por vir.