Cilício.

Não pergunte quem fez a luz do dia

Da sombra do primórdio, resistindo,

O sólido negror se contraindo

Até brotar a dor desta utopia.

Feche os olhos e encare a fantasia

O ideal e o irreal se resumindo

Na centelha vital, reconstruindo,

A sinfonia sem par da Entropia.

As trombetas reclamam num aviso

Que a virtude manchada vem do expurgo

O desterro sem paz do Paraíso,

Pois seus filhos que vagam nestas plagas,

Sem as sombras da luz do Demiurgo

Reclamam a pureza e vestem chagas.